O Corpo contém muitos pontos, denominados Tsubos que produzem reacções especiais quando são estimulados. Temos pontos que provocam um profundo relaxamento, outros que causam algum “desligamento” momentâneo, outros pontos que podem ser perigosos, que quando golpeados matam ou produzem a perda dos sentidos – os utilizados pelos praticantes do karaté. Temos ainda pontos que despertam “memórias” relacionadas a experiências e emoções vividas.
Os Tsubos são pontos bastantes pequenos, aproximadamente do tamanho da cabeça de um alfinete, classificados de acordo com as suas propriedades.
Entre esses pontos há alguns com funções específicas denominados pontos de comando e divididos em várias categorias, sendo as mais importantes:
- Ponto de tonificação: o estímulo deste ponto provoca o aumento de energia nos meridianos e da função do órgão correspondente.
- Ponto de Sedação: têm uma função oposta aos pontos de tonificação.
- Ponto fonte: estes pontos podem produzir tanto tonificação quanto sedação diretas no meridiano. Atuam reestabelecendo o equilíbrio da energia, dispensando excessos e preenchendo privações.
- Pontos Lo: os pontos Lo unem cada meridiano com o ponto fonte de seu meridiano acoplado. Usados para descarregar excessos ou deficiências energéticas entre dois meridianos vizinhos.
- Ponto de assentimento (Shu) : este pontos localizam- se no meridiano da bexiga, sendo que cada um atua diretamente sobre o órgão correspondente. A sua ação geral é sedativa.
- Pontos de Alarme (Mo): geralmente estes pontos não se localizam sobre o mesmo meridiano, tornando-se sensíveis no caso de afecção do órgão. Têm uma ação geral de tonificação.
Além destas categorias, há ainda muitos outros pontos importantes classificados em pontos dos cinco elementos, pontos fora do meridiano, pontos de reunião e pontos especiais.
No shiatsu, só a sensibilização do sentido do tacto nos permite reconhecer os tsubos com segurança. Através do tato aprendemos a conhecer e a sentir o nosso corpo e o de outras pessoas. O local exacto do tsubo transmite uma sensação de “tensão” de energia. Se passarmos o dedo levemente sobre à área sentimos uma pequena “atração magnética” que nos guia para o local exacto do ponto.
Tsubo significa depressão ou buraco, e como tal o ponto localiza-se sempre numa pequena depressão do corpo. Depois de o encontrarmos, apalpamos a área em que ele se encontra, estabelecermos contacto com ele, aliviamos a pressão, respiramos, procuramos relaxar e sentir em nossas mãos o fluxo de energia que passa pelo ponto. À medida que o paciente relaxa o fluxo energético aumenta. Depois de alguns segundos, aliviamos a pressão e seguimos adiante.
Devemos trabalhar relaxados, sem nos forçar ou entrar em tensão – Wei-wu-wei, o “ fazer sem fazer”. A pressão que exercemos sobre os tsubos não deve estar concentrada nos dedos e mãos, e sim, ser feita com nosso corpo todo, ou, pelo menos, partindo do cotovelo. Shiatsu é compartilhar energia e bem-estar e não dor, por isso a sua pressão deve ser firme, mas suave, respeitando sempre a sensibilidade e reacções do corpo.
Não existem regras absolutas em relação à duração das pressões nos tsubos, mas regra geral variam de 5 a 10 segundos. Nos tsubos sobre os ombros pressionamos mais tempo, pois trata-se de uma área que acumula muita tensão.
Nas maçãs do rosto as pressões são mais rápidas (2 a 3 segundos), mas nos outros pontos da face seguimos a média. Só a prática e a sensibilidade darão ao praticante de shiatsu a medida exacta de duração e intensidade da pressão a realizar em cada tsubo que varia de pessoa para pessoa e de momento para momento. O praticante de shiatsu deve observar com atenção as reacções do corpo do seu paciente e solicitar o feedback sobre a intensidade da pressão. Os tsubos têm que ser trabalhados nos dois lados do corpo, quando aplicável.
O simples “tocar” de uma sequência de pontos é por si só uma terapia. Seu efeito é reequilibrante, relaxante e revigorante.
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