A Carris parece ter acertado com o dia mais quente do ano até à data para lançar oficialmente a sua nova frota de autocarros eléctricos. Desta feita, o ar condicionado atenuou uma das mais populares e aparentes vantagens deste tipo de veículos – a quase ausência de ruído de operação.
A primeira linha da Carris escolhida para operarem estes autocarros eléctricos é a 706, que do Cais do Sodré a Santa Apolónia e reciprocamente percorre as zonas mais centrais de Lisboa.
Os novos veículos movidos exclusivamente a energia eléctrica já andavam por Lisboa em testes desde Dezembro, mas hoje foi o dia da irreversibilidade da electrificação da Carris.
O serviço de transportes colectivos de Lisboa quer chegar a 2030 sem autocarros a gasóleo e a 2040 com uma frota 100% eléctrica.
A próxima cerimónia poderá ser a de celebração do fim dos autocarros movidos a combustíveis fósseis, disse Tiago Farias, o presidente da Carris. Por cada quilómetro percorrido por um autocarro eléctrico deixam de ser emitidos 1.5kg de dióxido de carbono para a atmosfera. No caso da 706, uma carreira com sensivelmente 18 quilómetros em ida e volta, são 27 os Kgs de CO2 não emitidos.
Do lote de 15 autocarros eléctricos que a Carris encomendou à CaetanoBus, onze já chegaram e vão estar ao serviço da carreira 706. Os quatro veículos que ainda estão para vir têm como destino o futuro shuttle do Marquês de Pombal à Praça do Comércio, que a câmara vai criar quando implementar a nova Zona de Emissões Reduzidas da Baixa. Para 2021 está agendada uma nova fornada destes veículos com mais trinta unidades.
Os autocarros eléctricos, de momento, têm um único local de carregamento na estação da Pontinha, onde estão montados 15 postos de abastecimento eléctrico. Cada carregamento é realizado durante a noite e permite cerca de 180 quilómetros de autonomia. Segundo o presidente da Carris, o abastecimento de um autocarro eléctrico custa à volta de 25 euros por dia, enquanto o de um a gasóleo pode ultrapassar os 120 euros.
