O seguro automóvel é talvez o produto de seguros mais popular das seguradoras.
A generalidade de nós dispõe de viatura automóvel e como tal, está obrigado a subscrever um seguro para o seu automóvel ou moto.
Embora muito popular, subsiste algum desconhecimento sobre este produto.
Existem falácias que se vão transmitindo entre os potenciais segurados que inculcam nos consumidores algumas inverdades ou até mitos.
Este artigo pretende contribuir para desfazer algumas dessas falácias.
Coligimos cinco dessas inverdades. Poderiam ser outras, poderiam ser mais até, mas entendemos abordar estes aspetos mais incompreendidos do seguro auto, enunciando e explicando as 5 principais falácias sobre o seguro automóvel:
- Quanto mais básico é o seguro automóvel pior é a assistência;
- Para ter o seguro automóvel mais barato, basta proceder a uma simulação na seguradora que é apontada como sendo a mais barata;
- Um seguro de danos próprios é sempre uma segurança e uma mais-valia;
- Sou há tanto tempo segurado, que a minha seguradora tem-me em alta conta, compensando-me por me manter como cliente;
- Tendo todos os meus seguros numa mesma seguradora, pago menos e sou melhor atendido;
Quanto mais básico é o seguro automóvel pior é a assistência
A assistência que a seguradora lhe vai prestar não depende do número de coberturas que contratou para o seu seguro automóvel. Não é por ter um seguro com um completo elenco de coberturas de danos próprios, como furto ou roubo, colisão e capotamento ou outros, que ai ser melhor ou mais rapidamente atendido quando contactar a sua seguradora.
As companhias de seguro têm uma estrutura de atendimento montada que serve invariavelmente qualquer cliente. Se o atenderem mal a si, porventura também o farão ao dono da empresa que tem uma frota de veículos e vários veículos topo de gama na garagem.
Recorra a um mediador de seguros. Estes profissionais intermedeiam as comunicações entre si e a seguradora e conseguem um atendimento mais personalizado por força de melhor conhecerem os canais a que estão sempre a recorrer.
Outra questão diferente que lhe pode ter gerado confusão e a da cobertura de assistência em viagem.
Esta cobertura é praticamente obrigatória. Se a sua noção de seguro básico é não a incluir então passe a designar esse seguro como insuficiente.
Verifique sempre se o seguro automóvel que está a contratar dispõe da cobertura de assistência em viagem. Contratar um seguro sem ela não é de todo boa ideia pois mais tarde ou mais cedo faz-lhe falta.
Para ter o seguro automóvel mais barato, basta proceder a uma simulação na seguradora que é apontada como sendo a mais barata
Não tem sido verdade e duvidamos que alguma vez o seja. É necessário que uma seguradora tenha uma tarifa automóvel francamente mais barata que toda a concorrência, para que isso aconteça, e comercialmente tal, não seria nada bom para a seguradora em causa.
Os prémios de seguro automóvel, ou seja, aquilo que cada tomador de seguro terá que pagar pela apólice do seu veículo varia consoante diversos fatores, valorizados de forma diferente pelas várias seguradoras.
Por exemplo, o risco de circulação que é atribuído à sua zona de residência pela seguradora A é diferente do risco que lhe atribui a companhia de seguros B. A penalização por ter carta há relativamente pouco tempo que lhe aplica a seguradora C é diferente da penalização que teria a contratar um seguro em D, e por aí além.
Deste modo, as suas caraterísticas pessoais e as do seu veículo, determinam uma avaliação diferente de seguradora para seguradora, o que faz com que possa obter m seguro mais barato para si diferente do seguro mais barato para o seu vizinho ou para o familiar que vive na Madeira ou no Algarve.
Para conseguir o seguro mis barato para o seu caso, deverá realizar algumas simulações e não apenas uma. Simule com os seus dados e os do seu veículo nas 3 ou 4 seguradoras que em permanência lhe sugerimos. Entre elas sim, estará o seguro mais barato para si.
Um seguro de danos próprios é sempre uma segurança e uma mais-valia
Nem sempre. Não compensa continuar com um seguro de danos próprios, vulgarmente designado de seguro contra todos os riscos, para além de determinada idade do seu veículo.
Em novo, é uma segurança para si pensar que a seguradora responde pelos danos que causar ao seu próprio veículo no caso de um azar se deparar consigo na estrada ou na cidade, mas passados os anos iniciais, o valor comercial do seu automóvel quebra significativamente, proporcionalmente mais do que a redução do prémio do seu seguro de danos próprios.
Com um carro novo, acredito que tenha o pesadelo de pensar que num acidente o seu veículo poderá ficar de tal maneira que só lhe resta a sucata, e aí o seguro de danos próprios deixa-o sossegado, mas à medida que os anos vão passando, e principalmente se o seu seguro tiver alguma franquia – um valor que terá primeiramente que ser assumido por si no caso de um sinistro – verá que os prémios que paga conjuntamente com esse valor pelo qual terá que responder, tornam o seguro contra todos os riscos, uma má opção na generalidade dos casos.
Sou há tanto tempo segurado, que a minha seguradora tem-me em alta conta, compensando-me por me manter como cliente
Na atividade seguradora a lealdade e fidelidade são conceitos muito pouco aplicados. Não é por ser cliente há muto tempo, porventura até um bom cliente, se, sinistros, que a sua seguradora o vai tratar melhor, ou defender mais acerrimamente o seu caso num sinistro que venha a ocorrer.
Constatamos que isso não acontece, até na negociação que as seguradoras têm que fazer com as congéneres nos casos de sinistros automóvel.
Não fique agarrado a uma seguradora só porque há muitos anos é cliente, pensando que esta o compensará.
Escolha em cada momento o que é melhor para si, pois é assim que as companhias de seguros também funcionam.
Faça simulações do seu seguro automóvel em mais que uma seguradora e mude se encontrar valores mais baratos para a mesma prestação de serviço.
Tendo todos os meus seguros numa mesma seguradora, pago menos e sou melhor atendido
Invariavelmente isto já não é verdade.
Embora algumas seguradoras associem alguns produtos de seguro proporcionando descontos pela subscrição conjunta dos mesmos, a regra generalizada não pode ser aplicada, e na realidade verifica-se que é melhor contratar pontualmente cada seguro para poder poupar em cada um e maximizar a economia.
Quanto à parte da questão que tem a ver com a ilusão de ao ser um cliente total ser melhor atendido e conseguir vantagens inacessíveis aos segurados que contratam apenas um seguro, também é uma falácia, senão atentemos no papel dos mediadores.
Ao representarem centenas de segurados, estes profissionais de seguros exponenciam esta situação. Deixarão então algum espaço para um particular, a muito menor escala, tirar partido da mesma situação?
A realidade é que atualmente, até mesmo os agentes de seguros estão limitados neste particular e as seguradoras não lhes deixam muito campo de manobra para descontos.
Continua a ser proveitoso subscrever os seguros através de um mediador, mas a principal vantagem deslocou-se mais para o plano da assistência em caso de sinistro, do que propriamente para a questão preço.
