A eterna discórdia entre segurado e seguradora

Relato-vos o que foi publicado num jornal nacional e que retrata, infelizmente apenas a uma voz, já que a seguradora se negou a participar, um sinistro ocorrido ao abrigo de uma apólice de seguros multirriscos.

Há mais de um ano, o armazém da empresa Visantebel, em Loulé, ardeu durante a madrugada, com o recheio do mesmo a ficar totalmente destruído.

O proprietário está quase desde então em conflito com a companhia de seguros, que defende que o sinistro se tratou de fogo posto, contrariando o relatório do próprio Ministério Público – que conclui que o incêndio foi acidental.

Em causa está uma indemnização de aproximadamente 80 mil euros.

Ficámos sem trabalho porque as máquinas foram destruídas e os quatro funcionários foram para o fundo de desemprego. Estamos à espera da indemnização para recuperarmos o negócio.

Aníbal Caveirinha, pai de Tiago Feliciano – o proprietário da Visantebel

 O Correio da Manhã falou com o pai porque o filho e proprietário da empresa de construção civil, teve entretantoque emigrar para a Suíça, à procura de emprego.

A regularização do sinistro vista à lupa

  • O incêndio ocorreu a de 16 de setembro de 2012.
  • Em novembro de 2012, o segurado recebeu uma carta da companhia de seguros Allianz, sustentando que o incêndio tinha sido intencional, através do uso de combustível.
  • Em abril de 2013, o segurado recebeu um documento do Ministério Público, atestando que as investigações levadas a cabo pela Polícia Judiciária tinham levado à conclusão que o incêndio tinha sido acidental, tendo ocorrido no decurso de uma sobrecarga elétrica.
  • De imediato o segurado contactou a Allianz.
  • A seguradora não respondeu.
  • O segurado intentou uma ação em tribunal contra a seguradora.
  • A Allianz também não respondeu ao pedido de informações solicitado pelo Correio da Manhã antes de elaborar esta matéria.

Pergunta-se:

  1. Porque razão ainda há seguradoras que se colocam a jeito para serem apontadas desta maneira?
  2. Se alguma razão assiste à companhia de seguros não deveria ter acedido aos pedidos de esclarecimento dos media e “falar” em sua defesa?
  3. Situações como esta, não contribuirão para denegrir a imagem dos seguros e fazer retroceder nesse domínio a nossa sociedade, dando razão a quem não se protege porque não confia nas garantias que contrata?

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